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Etnografía e Innovación Pedagógica

Investigación Etnográfica e Innovación Pedagógica, desde la experiencia de la Escuela Superior de Educación de Santarém. El Mestrado en Innovación Pedagógica que se está celebrando en la Escuela Superior de Educación de Santarém es una nueva y fructífera ocasión de colaboración con los colegas de Portugal; circunstancia que, desde EtnoEdu, agradecemos. Pero este nuevo encuentro nos está regenerando una duda constante, no menos vivenciada por unos y otros que, a la vez, queremos virtualmente compartir: ¿qué puede aportar la investigación etnográfica a la innovación pedagógica? Inicialmente dos son las principales: a) La investigación etnográfica rescata el protagonismo del investigado frente al investigador; en innovación pedagógica, el protagonismo del profesional de la docencia es no menos clave. b) En investigación etnográfica, nuestro referente capital es la persona; de las múltiples finalidades de un proceso de cambio e innovación, que abarcan del interés de las políticas educativas por gestionar la "calidad" de los sistemas, a la preocupación por la mejora en y de la vida de las personas; investigación e innovación etnográficas comparten la emancipación como referente utópico. Y tres, si se quiere, consecuentes: c) La investigación etnográfica recupera la dignidad y refuerza la autoridad del profesional de la docencia, al proporcionarle una teoría fundamentada y fundamentante de su propia praxis. Competencias básicas en el profesional de la educación tales como el pensamiento dialéctico, el comportamiento dialógico, estrategias de afrontamiento, o autodeterminación, se ven considerablemente favorecidas. d) La investigación etnográfica, próxima a los diseños de investigación-acción y al estudio de casos, aporta un procedimiento de reflexión contextualizada que propicia los logros de la innovación en el sentido emancipador, a la vez que dota de rigor científico el proceso de innovación. e) Frente a la que sin duda aparecerá en un momento u otro del proceso -es decir, la consiguiente evaluación sistémica- la investigación etnográfica permite un modo de "evaluación auténtica" consonante con el proceso de innovación; incluso con la puesta a disposición de herramientas operativas tales como el "portafolio etnográfico". En síntesis, seguimos obsesionados con dotarnos de una capacidad constante y crítica de pensamiento. Anímate a participar.

Comentarios

Anónimo ha dicho que…
Se se entender que a investigação etnográfica resulta da obtenção de informação através de trabalho de campo, com o uso de entrevistas e o registo da observação, podemos concluir que existem abundantes investigações etnográficas. No entanto, apesar de, muitas delas, se auto denominarem como tal, não chegam a conseguir interpretar a construção da vida quotidiana dos “actores”, ou seja ficam aquém da necessária descrição que reflicta o sentido das acções sociais.
Podemos dizer que o enfoque etnográfico em educação resulta dos estudos realizados no âmbito da antropologia e da sociologia. A etnografia educativa distancia-se e adquire peculiaridade ao indagar significações das situações quotidianas que ocorrem em meio escolar. A ênfase é colocada ao nível do micro estudo, na análise qualitativa e na recuperação do sujeito.
O investigador, para poder introduzir-se e perceber a realidade empírica, delimita o seu universo de estudo, observa prolongadamente e de forma sistemática, para depois descrever minuciosamente e efectua entrevistas estruturadas e não estruturadas. Estas técnicas são utilizadas em simultâneo, sendo que a observação directa se evidencia como o meio privilegiado de obtenção de informação para a investigação etnográfica.
O primeiro nível do trabalho de campo inclui observações atentas e intensivas na sala de aula, tendo como finalidade captar o maior número possível de situações e acontecimentos, colocando-se depois a necessidade de análise por categorias.
Desta forma, são várias as técnicas que a etnografia utiliza para obter a informação empírica e, ao longo da investigação, o investigador passa a categorizá-la analiticamente.
O trabalho de campo é indispensável na investigação etnográfica para a obtenção dos dados, principalmente porque é dessa forma que o investigador poderá manter a necessária relação com os actores de determinado espaço social. O investigador enquanto estiver presente familiariza-se com as tradições, usos e práticas significativos para o grupo, ao mesmo tempo que inicia a análise dos acontecimentos relevantes para a sua investigação.
Quando o investigador faz a descrição, esta terá que ser a interpretação da rede de significados existentes nas relações do grupo social em estudo, o que implica obrigatoriamente a interpretação do sentido. Não servirá a observação ligeira para se poder considerar que se está a realizar um trabalho etnográfico, pelo contrário, é exigível a descrição densa, não havendo lugar a juízos sobre as acções, mas antes à compreensão das mesmas.
O investigador de etnografia educativa, ao incorporar-se num ambiente que lhe é familiar, como é o caso do investigador-professor, corre o risco de tornar-se um integrante mais do grupo (um novo actor) e perder a perspectiva de observador que tenta compreender as acções, os códigos… O investigador pode estudar um grupo conhecido, mas deve fazê-lo mantendo a distância emocional suficiente, de modo a que os actores sintam que está com eles, mas não forma parte integrante do grupo. Não é um associado, é um observador-participante.
Apesar da simplicidade do texto, torna-se imperativo referir que as características teóricas e metodológicas da investigação etnográfica são extensas e complexas, correspondendo a identidades académicas que formam escolas, e por isso, são autores reconhecidos e autoridades na investigação etnográfica.
Só agora iniciámos os primeiros passos, neste Mestrado em Educação na Área de Inovação Pedagógica, sob orientação do Prof. Dr. Fernando Sabirón Sierra, da formação em Investigação Etnográfica em Educação que não acabará quando finalizar o seminário…
A investigação etnográfica não é uma moda em investigação, é um MOVIMENTO INTELECTUAL que coloca no centro da investigação a interpretação dos actores e da forma como eles organizam o seu mundo particular.
A etnografia exige dedicação total e recursos. O trabalho de campo é extenuante e também exigente em termos de concentração e preparação, sendo necessário ler muito. A formação teórica do investigador é o ponto central, tornando-se imprescindível o conhecimento de questões básicas relacionadas com as teorias mais importantes da antropologia, sociologia, psicologia, filosofia, pedagogia, linguística, etc. para que as interpretações dos registos realizados não sejam limitadas.
Colocando o grau de ambição um pouco mais baixo podem produzir-se “etnografias” menos pretensiosas, mas não menos valiosas, como a descrição. Com a documentação obtida de uma dada realidade grupal, já se tem uma rica colectânea para se poder INOVAR, tomar decisões, etc. Essa recolha de material e o produzido pela descrição pode sempre servir de base para que alguém, mais especializado, possa aproveitar para produzir teorização.
Assim, as técnicas etnográficas são utilizáveis em muitas classes de investigação. Podem usar-se como ferramentas de trabalho de investigação, mas, obviamente, sem a pretensão de serem etnografias.
Toda a MUDANÇA EM EDUCAÇÃO nasce das propostas que surgem como resultado de processos de investigação educativa que permitam aos docentes formular problemas de investigação, estruturar projectos para resolvê-los e encontrar formas de executá-los.
Fazer da investigação, uma prática, permite descobrir os princípios gerais do comportamento que servem para explicar, predizer e controlar as situações educativas. A tomada de decisão consequente fará afrontar, de uma forma mais consciente, as situações concretas de carácter educativo.
Segundo Piaget, a investigação educativa remonta ao século IV a. C. com Aristóteles que já se referia ao papel da observação na construção da realidade, depois Comenius (1592-1670), Rousseau (1712- 1778), Pestalozzi (1746-1827) e Dewey (1859- 1952) experimentaram e recomendaram o uso da observação aplicada à prática pedagógica dos professores. Mas, é Kurt Lewin (1890-1947) que, em 1940, propõe a não separação da investigação da acção e promove a colaboração entre investigadores e docentes, com o objectivo de unir a teoria e a prática para desenhar e concretizar projectos de investigação aplicada, com a finalidade de resolver problemas. Também se atribui a Lewin o facto de ter estabelecido a diferença entre a investigação tradicional (que utiliza dados quantitativos) e a investigação qualitativa (baseada na observação).
Muitas vezes, os problemas não são evidentes na prática educativa e, para identificá-los, é necessário percorrer certo processo que se compõe de formular perguntas, registar e interpretar.
Para vincular investigação-docência, teoria-prática, a etnografia oferece aos docentes a possibilidade de usarem a investigação como estratégia educativa, uma vez que a estes lhes compete integrar ambas as funções: por um lado, a produção de conhecimento e, por outro, aplicá-lo à prática educativa. O desempenho docente permite gerar hipóteses sobre a prática, susceptíveis de serem investigadas no próprio espaço onde se desenvolvem. A partir da investigação possibilitam-se as mudanças necessárias nos métodos, conteúdos, avaliação…
Adelaide ha dicho que…
Comentário


Concordo com a perspectiva apresentada no presente documento.
A investigação etnográfica, baseada nos desenhos de investigação-acção e estudo de caso, permite obter conhecimentos profundos resultantes da curiosidade, inquietação inteligência e da actividade investigativa do investigador. Trata-se, assim, de uma ocasião privilegiada que reúne o pensamento e a acção de uma pessoa, ou de um grupo, no esforço de elaborar o conhecimento de aspectos da realidade que deverão servir para a compreensão de soluções e propostas para a resolução de diversos problemas.
Anónimo ha dicho que…
Os professores, na sua acção pedagógica, e para aplicarem processos de investigação, precisam de conhecer os fundamentos, metodologias, teorias que lhes permitam descrever, formular e encontrar formas de executar da melhor maneira a investigação. A mudança na educação, a inovação, é feita também com os contributos recebidos da investigação etnográfica em educação. De facto, esta apetrecha os professores com um conjunto de ferramentas operatórias indispensáveis à abordagem profissional e reflexiva dos fenómenos educativos possuidores de uma complexidade intrínseca. Deste modo, o professor enunciará problemas de investigação, construirá projectos para solucioná-los, executando estes últimos de uma forma contextualizada, crítica e rigorosa (cientificidade da sua acção). Por inovação educativa pode entender-se uma acção pedagógica intencional que pretende transformar qualitativamente uma prática quotidiana, ou até um sistema, ultrapassando processos rotineiros ou resolvendo uma situação de ensino-aprendizagem de forma original, mas com sentido e adequada à realidade.
A Etnografia tem como matéria substantiva a ser investigada os indivíduos e a compreensão do seu quotidiano. Um etnólogo tenta compreender o modo como as pessoas percebem, descrevem e explicam o mundo em que habitam, daí que esta perspectiva influencie muitos autores da área da educação. Aqui, a investigação etnográfica encontra um campo rico para descrever, de forma minuciosa, a ordem social de uma turma ou questionar a objectividade da aplicação de testes de QI (= a produto da interacção entre examinador e aluno).
Enquanto professor, a cultura escolar (e a outra cultura) influencia o meu desempenho pelo que, a Etnografia aplicada à educação, ao descrever, por exemplo, uma escola, fornece um contributo precioso para a mudança de práticas, dando pistas sobre a desadequação da escola, experiências pedagógicas ou os invariantes culturais que obstaculizam a necessária inovação educacional

Antonio Carlos Araujo
Santarem
Faneka ha dicho que…
Sou aluna do mestrado em Inova�o Pedag�gica em Santar�m e agrade�o desde j� a esperan�a que nos � depositada como futuros utilizadores. Mas at� chegarmos l� ainda muito temos que caminhar. De facto,a investiga�o etnogr�fica ser� com toda a certeza a forma mais prov�vel de podermos distinguir a inova�o pedag�gica das pr�ticas lectivas apenas diferentes. Temos de romper com os h�bitos e cren�as que todos n�s fomos adquirindo ao longo dos anos da forma�o e da nossa pr�tica e descobrir o que significa INOVAR.
Unknown ha dicho que…
A inovação é entendida como a acção ou efeito de introduzir alguma coisa de novo num domínio particular.
Etimologicamente, Etnografia é a descrição de um povo. Tem por fim observar, analisar e descrever os diferentes aspectos da actividade de uma determinada sociedade humana ou de um segmento dessa sociedade, nomeadamente, entre outros: os costumes, as tradições, as actividades materiais e espirituais, as relações, as artes, a língua. Carece, por isso, de apoio noutros ramos do conhecimento, tais como: a geografia, a história, a linguística...
A Etnografia dá resposta a um desejo legítimo de compreender o que implica o facto de pertencer a um grupo cultural. Na Etnografia interpretam-se todos os aspectos do pensamento e do comportamento humano. É, partindo dessas interpretações que o etnógrafo faz a sua compreensão de uma cultura. Assim, a Etnografia estuda, o homem, como portador de uma cultura integrado no grupo a que pertence. Requer, por isso, uma análise de tudo o que está ligado àquela.
Como profissionais de educação, quando nos propomos agir ou fazer algo de forma diferente daquilo que costumamos fazer habitualmente, isto é quando nos propomos mudar, alterar ou inovar as nossas posturas, metodologias e práticas pedagógicas estamos, naturalmente a fazer uma análise crítica da nossa realidade e, consequentemente, a modificar a cultura do grupo a que pertencemos.
A Etnografia, ao privilegiar, o trabalho de campo, utiliza sobretudo a técnica da observação participante. Nesta, o etnógrafo/investigador integra-se no grupo observado,o que lhe permite fazer uma análise global e intensiva que o leva a compreender a maneira de viver/agir do ponto de vista dos nativos da cultura em estudo. Quando aplicada à educação, a Etnografia vai proporcionar o estudo dos sujeitos da mudança nos seus ambientes naturais favorecendo, por conseguinte, uma melhor compreensão do que está subjacente a alteração das posturas e das práticas pedagógicas. Assim, poderá concluir-se o que é a Inovação Pedagógica e o que a determina.
A Discente: Maria Amélia Vitorino
Anónimo ha dicho que…
A inovação pedagógica tem que ver com a mudança de práticas pedagógicas. A escola é, por excelência, o local privilegiado de interacções entre todos os que nela convivem, logo o local ideal para o trabalho de campo do professor-investigador.
Ao realizar a investigação etnográfica, mediante imersão na cultura escolar, o professor-investigador pode melhor descrever e interpretar as suas práticas. No fim, deverá concluir os motivos da desadequação da escola face às necessidades dos alunos actuais perante as mudanças a nível tecnológico, social, económico e cultural; mas também poderá concluir sobre o relacionamento da escola com a comunidade local.
Ao professor-investigador caberá, pois, interpretar os dados recolhidos no terreno e, de forma crítica, contribuir para alguma mudança na escola.
Santarem - Maria Isabel Inácio
Cláudia Campos Tereso ha dicho que…
A escola deve ser o elo de ligação entre o indivíduo e a comunidade social onde está inserida e entre o indivíduo e o mundo. Pode ainda ser mediadora entre o passado e o presente, no sentido do entendimento e do poder preservar algumas tradições e ao mesmo tempo inserir-se num contexto actual, em que a mudança é constante, aliada a toda a informação corrente e inúmera com a qual somos bombardeados diariamente pelos vários meios de comunicação social e pelas novas tecnologias.A inovação pedagógica exige um entregar-se, uma mudança deliberada, um trazer algo de novo às práticas, uma mudança pessoal e intrínseca em detrimento de hábitos, comportamentos institucionalizados, práticas interiorizadas.A inovação só tem fundamento se todos, reflectirmos, interpretarmos, avaliarmos e reavaliarmos os factos, os conhecimentos, dando o nosso contributo no sentido de mudar/transformar o indivíduo no seu todo, enquanto elemento da sociedade, do mundo. A etnografia é a descrição de uma cultura, que pode ser a de uma pequena comunidade, uma turma de uma determinada escola, tendo o investigador etnográfico a tarefa de compreender a maneira de viver do ponto de vista da cultura em estudo.O foco da investigação qualitativa é a compreensão mais profunda dos problemas, é investigar o que está "por trás" de certos comportamentos, atitudes e convicções. Através da etnografia podemos estudar as práticas pedagógicas e decidir se são ou não inovadoras.A etnografia da Educação ajuda o professor a ter um prática reflexiva, ao estudar os sujeitos nos seus ambientes e na descrição dos sistemas de significados culturais, os quais nos proporcionam um conhecimento mais além da simples descrição de situações, ambientes, pessoas.
Anónimo ha dicho que…
A investigação etnográfica pode trazer uma melhor compreensão do indivíduo, do seu mundo, das suas complexidades, no sentido de facilitar o seu ensino, adequando-o.
Está, inclusivé, em causa o mundo que a própria escola constitui, em que o professor pode ser o primeiro (único) investidor numa investigação em que os pressupostos etnográficos estarão presentes, pois é um meio com uma cultura própria, fruto da conjugação de várias formas de estar, de micro-sociedades. O docente está, assim, no campo, "in locco" pode registar o que observa, registando conclusões.
Pode, desta forma, fomentar uma mudança sistemática, sustentada e coerente, adaptando o mundo escolar à sociedade.
Santarém - daniel Teixeira.
Isabel Marques ha dicho que…
Sem dúvida que a investigação etnográfica é fundamental para a inovação.
Sendo o referencial a pessoa, centra-se nos indivíduos, nas suas reais capacidades, nas suas personalidades, o que leva a uma descoberta do "outro", possibilitando uma análise qualitativa.
Assenta verdadeiramente no indivíduo enquanto ser social, parte de uma cultura.
O professor, neste contexto, não perde protagonismo, contudo o aluno/investigado, ganha maior relevo e importância, num processo que é realmente interactivo, dialéctico e dialógico.
Nuno Alves ha dicho que…
No Mestrado em Inovação Pedagógica optou-se por uma investigação qualitativa. Crê-se que esta metodologia é a mais adequada para compreendermos os fenómenos que se desenvolvem dentro das escolas. De entre essas metodologias, a Investigação Etnográfica é considerada a melhor para se perceber as dinâmicas de natureza social e cultural.
Relativamente ao trabalho de campo, a Etnografia proporciona-o como experiência pessoal. A relação entre os procedimentos, as capacidades do investigador e o contexto único fazem do estudo uma experiência personalizada.
A Investigação Etnográfica não se prende com factores experimentais, pelo contrário, estuda os sujeitos nos seus ambientes naturais, constituindo uma importante ferramenta na análise das práticas pedagógicas, proporcionando à Inovação Pedagógica uma abordagem crítica do processo ensino-aprendizagem.

Nuno Alves - Santarém
Anónimo ha dicho que…
Actualmente vivemos uma época que revela uma má performance da educação, relativamente a outras áreas da sociedade. Cada vez são necessários mais e melhores recursos e os resultados apresentam-se como os mais desanimadores de sempre em matérias educativas.
Face ao fraco desiderato do elo mais significativo da escola, o aluno, tem havido uma crescente desacreditação do profissional da educação que mais lhe está ligado, o professor.
A investigação etnográfica veio dar algum alento ao sector, visto proporcionar uma investigação centrada no actor e não no investigador, no sujeito e não no objecto, ou seja o protagonismo foi dado ao investigado, revelando assim um pouco mais da essência humana patente neste processo.
Um professor para poder desempenhar o seu trabalho com sucesso (ensinando) tem obrigatoriamente de conhecer as teorias que estão subjacentes aos mecanismos de aprendizagem, mas uma observação mais atenta sugere que apenas esse conhecimento não é suficiente. É necessário igualmente conhecer também a pessoa por de trás de cada aluno, e considerá-lo como um indivíduo sujeito a pressões etnico-culturais que irão exponenciar ou regredir o seu nível de aprendizagem. Uma simples média aritmética não deve portanto reproduzir um aluno, pois este é um sujeito e não um objecto.
Para inovar é necessário encontrar os princípios que sirvam de base a um novo paradigma na educação, assente nas práticas pedagógicas inovadoras e é legítimo pensar que a investigação etnográfica será a pedra angular do sucesso dessa busca.
Tenho esperança no futuro e nos resultados das investigações relativas ao desenho de investigação-acção que proporcionarão uma reflexão crítica (e com rigor científico) do processo que deverá ser de inovação.
Anónimo ha dicho que…
A inovação pressupõe a alteração de algo instituído, a substituição da prática vigente por uma alternativa inédita.
Do ponto de vista pedagógico, para inovar é preciso conhecer as raízes, as crenças, os costumes e a cultura dos nossos alunos, isto é, a sua etnografia.
É através do conhecimento etnográfico do grupo social com que trabalha que o docente deverá elaborar os novos currículos e as novas pedagogias. Para isso, o professor terá necessariamente que actuar também fora da sala de aula. Deverá observar o comportamento social dos alunos não só no pátio como em todo o recinto da escola e deverá também levar a cabo um trabalho de campo onde se inteira do espaço social e cultural em que cada aluno se insere e habita.
Apenas a partir desta investigação poderá direccionar com sucesso as suas estratégias inovadoras de forma a garantir um currículo ajustado ao grupo social a que se destina. Muitas vezes o professor–investigador depara-se com turmas bastante heterogéneas nos domínios cultural, étnico e até racial, em suma, um misto de etnografias numa pequena amostra humana, o que torna a tarefa mais problemática.

Maria João Miguel
Santarém
Anónimo ha dicho que…
Na investigação etnográfica, usa-se primordialmente a observação directa para obter informação.
Na prática pedagógica o investigador etnográfico deverá estar em aula para poder acompanhar o grupo em estudo. Deverá familiarizar-se com os seus costumes e tradições e analisar tudo o que possa ser relevante para levar a investigação a bom termo. No entanto não se deverá envolver demasiado com o grupo, para poder avaliar com isenção.
Exige-se, do investigador, ampla formação científica e pedagógica que lhe permita aplicar qualquer tipo de estratégia de forma a que o processo de investigação tenha rigor científico.
Relativamente à Educação, a aplicação de estudos etnográficos, e consequentemente a sua análise, permite-nos tirar ilações sobre a nossa postura e orientar a nossa prática para as possíveis e necessárias inovações.
Na sua prática pedagógica, o professor, deverá formular questões que levantem problemas de investigação. A partir daí a sua acção deverá evoluir no sentido de melhorar, inovando e adequando as suas práticas às realidades que encontram na sala de aula.

São Aranha - Santarém
Anónimo ha dicho que…
Ao longo das últimas décadas têm ocorrido mudanças constantes a todos os níveis e campos de actividade como as ciências, as artes, os valores, a ética e as tecnologias. A necessidade de mudança e inovação são questões centrais que devem mobilizar as escolas de forma a dirigir acções coerentes e sustentadas. A mudança requerida passa, como é obvio, pela actuação do professor.
Exige-se hoje, uma nova postura de investigação na educação face à diversidade cultural com que nos deparamos nas nossas escolas.
Neste contexto, o professor interessado na inovação e na melhoria significativa das condições e das aprendizagens dos seus alunos, deve assumir-se como investigador e deve ter sobretudo um "olhar etnográfico" conhecendo cada vez melhor o quotidiano dos seus alunos, no que se refere aos seus costumes, crenças, práticas, enfim ao seu meio sócio-cultural. O professor investigador encontra a fundamentação da sua acção na Etnografia da Educação.
Só a investigação e o conhecimento profundo dos alunos com quem trabalha permitem ao professor, adequar os curriculos e encontrar estratégias e métodos pedagógicos visando o sucesso e a melhoria das suas práticas lectivas. A Inovação será o caminho a percorrer.
Anónimo ha dicho que…
O acto de educar é um processo bastante complexo onde interagem diversas variáveis oriundas dos sistemas políticos, ideológicos, filosóficos, religiosos, económicos, etc.
A aquisição de conhecimentos por parte dos alunos, não é feita de forma neutra, cabendo ao professor assumir uma postura investigativa de raiz etnográfica, de forma a inovar a sua prática educativa e assim chegar às intenções, às motivações e às expectativas de cada um dos seus alunos.
Cristina Pinto - Santarém
Anónimo ha dicho que…
Sem dúvida que a investigação etnográfica é fundamental para a inovação.
Sendo o referencial a pessoa, centra-se nos indivíduos, nas suas reais capacidades, nas suas personalidades, o que leva a uma descoberta do "outro", possibilitando uma análise qualitativa.
Assenta verdadeiramente no indivíduo enquanto ser social, parte de uma cultura.
O professor, neste contexto, não perde protagonismo, contudo o aluno/investigado, ganha maior relevo e importância, num processo que é realmente interactivo, dialéctico e dialógico.
Anónimo ha dicho que…
As mudanças que ocorreram nas sociedades, nestas últimas décadas abalaram muitos dos valores e conceitos por que nos temos regido. Todas essas mudanças exercem uma significativa pressão sobre a escola e o sistema educativo sendo necessário a sua transformação. É claro que para empreender qualquer mudança no sistema educativo é fundamental contar com a participação e empenhamento dos professores.
A inovação pedagógica está relacionada, principalmente, com as práticas pedagógicas podendo a investigação etnográfica contribuir para estudar essas práticas.
Anónimo ha dicho que…
Entende-se por Etnografia uma ciência que descreve os usos e costumes dos povos. É puramente descritiva, o que implica que o investigador proceda ao registo dos factos observados durante o trabalho de campo. A tarefa do observador etnográfico é compreender a maneira de viver não segundo o seu ponto de vista mas sim, segundo o ponto de vista dos nativos da cultura em estudo. Quando se fala de uma cultura tanto pode ser a de um pequeno grupo pertencente a uma tribo como também, a de uma turma de uma dada escola.
Para Erickson a etnografia “deve centrar-se na descrição dos sistemas de significados culturais dos sujeitos estudados, o que vai muito além da descrição de situações, ambientes, pessoas ou da mera reprodução do seu discurso e dos depoimentos”. Também não se devem retirar os sujeitos do seu habitat a fim de os estudar dado que, o que interessa saber é como ocorrem as experiências do dia-a-dia e quais os significados das mesmas para os sujeitos. O observador tem que proceder a uma observação naturalista aproximando-se do seu objecto de estudo.
Inovação pedagógica tem a ver com mudanças nas práticas pedagógicas sendo que, essas mudanças posicionam-se de forma crítica face às práticas pedagógicas tradicionais. É de notar que é imperativo que essas práticas sejam vistas do lado de dentro ou seja no local onde o grupo observado se desloca para que, elas possam ser efectivamente entendidas.

Santarém, Berta Simão
Maria Isabel Inácio ha dicho que…
Para deixar de ser "Anónimo disse..." já me registei...


O meu comentário (ou parte dele) já está publicada.



Santarem - Maria Isabel Inácio
Faneka ha dicho que…
Para que se compreenda quem sou: Cláudia Carvalho
Anónimo ha dicho que…
O documento aqui apresentado convida-nos a fazer uma ligação efectiva entre investigação etnográfica e inovação pedagógica, dado que o que importa a ambas são os indivíduos. De facto, é a natureza emancipadora da etnografia que dota os profissionais da educação com capacidade científica para entenderem, no plano teórico, aquilo que é representativo da sua praxis actuante.
Os desenhos etnográficos,em muito semelhantes aos desenhos de investigação-acção e aos estudos de caso,conduzem os docentes (investigadores) a um conhecimento "in situ", a uma reflexão verdadeiramente contextualizada. E é partindo desta reflexividade, desta capacidade de olhar a prática de uma forma rigorosa, científica, que cada um pode melhorar a sua actividade docente,modificá-la, adaptá-la, voltar a adaptar... Pode, enfim, olhá-la de um novo prisma, um prisma que ao invés de encerrar a profissionalidade docente em si mesma, abre portas a um processo, veradeiramente, inovador.
É quando transpomos os contributos extraídos da investigação etnográfica para a nossa prática educativa, que estamos em presença de inovação pedagógica, que estamos a inovar, que estamos a contribuir para compreender cada vez melhor as acções pedagógicas.
Isto, mais não significa do que uma capacidade constante e crítica de pensar e de partir do pensamento para a inovação...

Ariana Madeira Duarte - Santarém
Esmeralda - Santarém ha dicho que…
O raciocínio é uma das características humanas que sobressai e que, em conjunto com a curiosidade inata, leva o Homem a interagir com o meio ambiente e a tentar apreender o que o rodeia. É assim que vai construindo o seu conhecimento e aumentando a sua cultura. Sendo o ser humano um ser social por excelência, preocupa-se em transmitir a sua cultura de geração em geração, através de uma acção educativa.
O modo como se constrói e evolui o conhecimento humano é algo de muito complexo, que tem sido alvo de várias linhas de investigação. A investigação etnográfica é um domínio investigativo recente, que, por ter uma raiz antropológica, estuda os indivíduos não de um modo isolado, mas inseridos no seu mundo, no meio de um complexo sistema social, repleto de interacções. Esta abordagem permite uma visão ampla e mais completa dos diversos aspectos relacionados com o assunto sujeito à investigação.
Na área da educação, a investigação etnográfica reveste-se de grande importância epistemológica.
Actualmente, assiste-se a um acelerado processo de mudança, a chamada globalização, que, na óptica da Filosofia, se pode designar por “Era do Pós-modernismo”. Os moldes em que a escola tradicional funciona levam-na a estar desfasada da realidade social envolvente e, consequentemente, não contribui da forma mais eficaz para a preparação dos indivíduos e para a sua integração na sociedade.
Já para John Dewey, a escola e os currículos que ela veiculava assumiam uma importância decisiva em termos sociais. Também para G. Sacristán é imprescindível que se repense a educação, é necessário educar no sentido de formar os indivíduos para a cultura global e para a cidadania.
Neste contexto, é inegável a importância que a investigação etnográfica pode assumir na educação, pois, ao focar-se em determinado problema, pode orientar com grande rigor para mudanças deliberadas, para a inovação, particularmente para a inovação pedagógica. O rigor neste tipo de investigação é muito importante, pois o tipo de compromisso que está em jogo relaciona-se com o sujeito, com o ser humano, com a inter-subjectividade, pretendendo-se atingir melhorias.
Adaptando a concepção paradigmática de Kuhn à educação, é evidente que o sistema educativo se encontra numa fase de crise e que é urgente encontrar um novo paradigma para a educação. A investigação etnográfica pode, sem dúvida, dar um excelente contributo para encontrar esse novo paradigma.
Deste modo, o professor, que é um dos principais actores do sistema educativo, consegue encontrar bases de apoio nos resultados da investigação etnográfica, que lhe permitem exercer uma prática reflexiva, incrementar as suas competências e promover mudanças, sempre num âmbito construtivista. É devolvida ao professor a importância do seu estatuto social e é-lhe proporcionada a oportunidade de obter “ferramentas”, que irão funcionar como um motor de mudança, dando-lhe a possibilidade de efectuar melhorias no sistema de ensino-aprendizagem.
Esta inovação na educação formal, que é um acto pedagógico intencional, pode contribuir para a constituição de um “capital cultural” enriquecido e mais adequado à realidade actual, o que no futuro se irá reflectir num “capital social” melhorado.
De tudo o que foi referido antes, é fácil concluir que Investigação Etnográfica e Inovação Pedagógica podem e devem estar intimamente associadas.
Rosária Nunes ha dicho que…
Afigura-se-me comummente aceite o facto de a etnografia/investigação etnográfica andar de mãos dadas com a inovação pedagógica, até porque sendo a pessoa o cerne da investigação etnográfica, facilmente se percebe que para se levar a cabo a inovação pedagógica há que atender à pessoa que existe em cada aluno. A inovação pedagógica vai conduzir, seguramente, à mudança de atitude dos profissionais da docência, e vai implicar que se ponha termo às práticas useiras e vezeiras do passado. Mas, como a inovação pedagógica se deseja efectiva, real e actuante, pretende-se um olhar crítico e reflexivo sobre o passado, com vista à alteração dos procedimentos usuais e interiorizados durante décadas.
Contudo, não é fácil olhar de forma distante e isenta quando "se está por dentro" de alguma situação, quando se faz parte integrante desse universo que se pretende estudar, pelo que ao professor-investigador é exigido distanciamento bastante para ser clarividente e capaz de ajuizar/interpretar os resultados da sua observação de forma independente e objectiva.
Também, para que esse trabalho de pesquisa seja desenvolvido com todo o rigor científico é necessário apelar aos conhecimentos da Etnografia, que enquanto ciência que estuda e descreve os povos desde a suas origens até às suas manifestações culturais, carece dos saberes intrínsecos a outras ciências, como por exemplo, a Sociologia, a Linguística, a História, a Geografia, a fim de conseguir ler clara e inequivocamente os resultados da investigação, interpretando-os de forma plena e cabal.
Ao trazer-se a etnografia para as luzes da ribalta, cada professor enquanto profissional da educação deve fazer uso dos saberes veiculados pela Etnografia quando está perante um grupo turma constituído por alunos diversos provenientes de meios sócio-culturais distintos. Qualquer professor quando pretende intervir junto de um grupo, em termos colectivos, ou mesmo de um aluno, em termos individuais, terá sempre de se socorrer da Etnografia, já que é por aí que passa a investigação a ser levada a cabo, com vista ao conhecimento do aluno ou do grupo, consoante o caso. É esta ciência que dita os trâmites da investigação que se pretende realizar, e alerta para a distância e isenção que devem ser acauteladas no sentido de evitar embaraços aos resultados da investigação.
À guisa de conclusão refira-se que sendo a investigação etnográfica centrada na pessoa/aluno, cabe ao investigador/professor desmontar e compreender com clareza os procedimentos, os propósitos, os actos que são comuns a determinados sujeitos. Depois disto o investigador-professor poderá, eventualmente, estar apto para ajuizar as suas práticas, ou as de outrem, e estará em condições de decidir se a inovação pedagógica está presente ou se urge promovê-la, e de que jeito se poderá levar por diante tal propósito.
Anónimo ha dicho que…
A construção do conhecimento é simultaneamente individual e social, sendo percepcionado por 2 vias, o senso comum e o conhecimento científico, e desenvolvendo-se de acordo com um processo de construção e reconstrução da teoria e da prática.
Actualmente, em educação, os paradigmas da investigação são tendencialmente qualitativos, baseando-se no novo paradigma de investigação etnográfica, que estuda fenómenos complexos, que não se podem explicar através da lógica binária do paradigma positivista que tem pautado a comunidade de investigadores.
Na investigação etnográfica a preocupação com o processo é muito maior do que com o produto, pelo que o interesse do investigador, ao estudar um fenómeno concreto, é verificar como ele se manifesta nas interacções quotidianas.
Mas, em que medida é que a investigação etnográfica pode estar intimamente relacionada com a inovação pedagógica?
A inovação pedagógica tem a ver essencialmente com a mudança de práticas pedagógicas, sendo que essas mudanças envolvem sempre uma reflexão crítica face às práticas pedagógicas tradicionais. Ou seja, só há inovação quando existe, num espaço concreto, um contexto de aprendizagem que contrarie os pressupostos essenciais do paradigma fabril, que é o que vigora ainda na grande esmagadora maioria das escolas portuguesas.
Propor a etnografia como forma de estudar as práticas pedagógicas, ou seja, um olhar qualificado pela experiência do terreno, informado e reflectido, talvez possa ajudar a provocar um pouco de mudança. De facto, a etnografia da educação, por estudar os sujeitos nos seus ambientes naturais pode constituir uma ferramenta poderosa para a compreensão desses intensos e complexos diálogos inter-subjectivos que são as práticas pedagógicas, uma vez que o que decorre entre os sujeitos, num contexto concreto, pode ser narrado “de dentro”, como se fosse alguém que se torna também sujeito para falar como um deles. Assim, a validade e a riqueza dos resultados obtidos dependem directamente da habilidade, disciplina e perspectiva do observador, sendo essa, simultaneamente, a sua riqueza e a sua fraqueza.
Uma das principais dificuldades metodológicas do estudo etnográfico tem a ver com delimitação precisa de metodologias. De facto, o êxito da investigação etnográfica depende da capacidade interpretativa e crítica do investigador, uma vez que o caminho tem que se fazer caminhando, à medida que se avança.

ANA FONSECA (SANTARÉM - ESES)

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Curso a curso iniciamos una nueva etapa con nuestros estudiantes y sus dudas. Iniciamos tema con una duda de Eduardo Felipe Gimeno al iniciarse en la lectura del cap. 1 de libro Sabirón, F. (2007), Métodos de investigación etnográfica en ciencias sociales. Aquí está la duda: He comenzado con la lectura del tema 1 y me han asaltado una serie de dudas. Las planteo porque sino me va a resultar difícil seguir el tema. El otro día en clase, habló (en el eje de sistema y mundo de vida) de la tensión que aparecía entre ambos y dijo que esta tensión no era una tercera lógica. Pero en el eje representado en la página 38 aparece como una razón ideológica. ¿Esta razón que aparece no es una lógica? La segunda pregunta es cuando se enmarca estas dos lógicas en la práctica científica (página 39). Entiendo porque de esa tensión se desprende una deontología pero no entiendo porque se desprende una práctica cientifíca y me ha dejado bastante descolocado que aparezca la palabra mitos. Si hablamos de m